Descobrindo a alergia

21/02/2014 22:10

Boa noite! 

Aqui está um pouco da minha história com a descoberta da Alergia à Proteína do Leite de Vaca, e como aprendi que o risco de contaminação está onde se menos imagina. Lembrando que é apenas o relato de uma mãe. Não sou especialista ou médica. Apenas vivi "na pele" as dificuldades de obter informações e aprender a seguir a dieta sem exceções. Tive muito apoio de mães mais experientes (com maior vivência com a alergia), e com elas aprendi muito. Agora, minha intenção é compartilhar o que  estou aprendendo e, se possível, ajudar novos papais e mamães que venham a se deparar com o problema.

Ao nascer, a Michaela parecia uma criança "normal" até demais. Dormia  6 horas direto, tanto que a pediatra pediu que eu a acordasse durante a madrugada pra mamar. Mas durou só uma semana. Depois ela começou a apresentar sinais de alergia que muitos desconhecem ou que passam despercebidos, pois os médicos podem achar que são sintomas isolados. Mas não foi o nosso caso. A pediatra logo desconfiou. Por exemplo:

  • costas arqueadas para trás sempre que mamava;

  • o mamá era fracionado, pois ela tomava uns golinhos e começava a chorar, cada mamada levava cerca de uma hora;

  • coceira nos olhos e no nariz;

  • chiado no peito, como se tivesse encatarrada;

  • barriga expandida para os lados, inchada;

  • pele áspera;

  • bolinhas na pele (todo mundo perguntava: "ué... picada de mosquito???" eu ficava furiosa, pois sou daquelas mães leoas que superprotejo minha filha);

  • olheiras;

  • choro irritadiço, especialmente durante a noite (ela chegava a chorar 3 horas seguidas), muitas vezes ela acordava para chorar de dor;

  • assadura nas nádegas (não havia pomada que curasse!!!);

  • tosse constante, como se estivesse engasgado com a saliva;

  • "mastigação" (eles parecem uma vaquinha ruminando... hehehe);

  • refluxo (muitas vezes oculto, que era o caso da Micha - quando o leite volta mas eles não vomitam);

  • lembrei de mais um sintoma importante... sangue oculto nas fezes... se observares bem de perto, verás umas manchinhas vermelhas no cocô. E o cocô quase sempre é diarréia ou acompanhado de muco (como diz a pediatra da Micha), parece um catarro.

Além disso, logo que ela nasceu, meu peito direito sangrava muito, de dentro pra fora, e o mamá era amarelo, como se tivesse pus. Já era um sintoma da alergia se manifestando, mas que por falta de informação, ignoramos. Foi conversando com uma amiga que descobri que isso ocorre com as mães de filhos portadores da alergia.

Bem, o que acontece é um efeito cascata. O bebê tem dor de estômago e chora muito pra mamar. Uma das características da alergia é o refluxo. Por causa dele, o leite pode voltar e gerar novas complicações, e aí começa um quadro de bronquiolite, que muitas vezes é tratada como se esse fosse o problema central. Só que não cura nunca, ela vai e volta. Mas pode ser tudo decorrente da alergia.

O primeiro passo é isolamento total para curá-lo. O aleitamento materno é o melhor remédio. Sou totalmente contra o uso de LA (leite artificial) se a mãe tem condições de amamentar. Tudo deve ser observado. Desde o shampoo e maquiagem, até a esponja de louça. Por exemplo, se lavares um copo sujo de leite com a mesma esponja que usas o recipiente em que serves a comidinha do teu bebê, ele será contaminado. A solução é retirar o leite de casa. Se não for possível (em famílias com outras crianças, por exemplo), deves ter tudo separado para o teu bebê (louça, esponja, detergente, panelas...). Se fores visitar alguém, deves explicar tua condição antes de ir à casa da pessoa, para assegurar de que não irá expôr tua criança à alergia. Por exemplo: nada de mãos hidratadas ao pegar o bebê. A pessoa que tocá-lo deve lavar as mãos. E nada de batom se for beijá-lo, pois o batom com hidratante desencadeará alergia. O mais seguro é combinar visita com seção de pipoca. Assim consegues comer alguma coisa fora de casa sem risco (risos).

Tudo isso aprendi com a minha pediatra e o gastro. Eles são ótimos!

Bem, voltando à Micha. Como falei, com 1 semana de vida ela começou a chorar MUUUUUIIIITOOOO. Era horrível. Nem quero descrever o que passei porque não vale a pena. Irei desmotivá-los ao invés de ajudar. A pediatra, então, começou a observá-la semanalmente. Testamos primeiro cólica, depois refluxo, e por último, APLV. Com 45 dias de vida ela estava diagnosticada, e então começamos a dieta. Eu levei uns 15 dias pra aprender como fazer tudo direitinho, e mais 1 mês pra ela desintoxicar bem. Nesta fase já com acompanhamento intensivo do gastro pediátrico!

Hoje ela é outra criança!!! Ri o tempo todo, e a mamãe dela, cada vez mais magra (a dieta tem lá suas vantagens... hehehe).

Postarei em outro artigo alguns cuidados que aprendi a ter com os produtos que são consumidos.

Até mais.